Concheça mais sobre o projeto.
Outros nomes populares: Jaca ou Jaqueira (Lira Júnior, et al., 2013).
Ordem: Rosales (Schleder et al., 2020).
Família: Moraceae (Lira Júnior, et al., 2013).
Origem: Índia (Lira Júnior, et al., 2013).
Características principais: A Artocarpus heterophyllus Lam. é uma espécie frutífera, monóica (Lira Júnior, et al., 2013), e de grande porte, que pode atingir até 30 metros de altura, alcançando sua maturidade com aproximadamente cinco anos de idade (Basso e Moura, 2017). A jaqueira é uma espécie encontrada principalmente na região Amazônica e em todas as regiões do Brasil de clima tropical, podendo também ser cultivada em outras áreas de clima semiárido ou subtropical, como no nordeste do país, desde que seja feita a irrigação (Basso e Moura, 2017). Um fator característico dessa espécie é a presença de um látex não comestível em todas as partes da planta, inclusive no seu fruto . Acredita-se que a jaqueira é capaz de produzir o maior fruto comestível do mundo, que pode chegar a medir de 60 a 90 cm de comprimento e pesar até 50 kg. A jaqueira apresenta três variedades distintas de frutos, sendo elas, a jaca manteiga, a jaca mole e a jaca dura (Basso e Moura, 2017).
Tronco: Seu fuste é robusto, de porte ereto, geralmente cilíndrico e muito ramificado (Falcão et al., 2001).
Casca: Sua casca é espessa (Novelli et al., 2010) e de coloração escuro acinzentada.
Folha: As folhas são simples, de formato oblongo, consistência coriácea e coloração verde escura (Basso e Moura, 2017).
Flor: As flores masculinas e femininas são em formas de espigas carnosas de coloração verde clara, distinguindo-se apenas pelo formato e tamanho. As flores masculinas são menores e mais alongadas, já as femininas são maiores e têm formato oval. A partir do desenvolvimento da flor feminina, gera-se o fruto (Basso e Moura, 2017).
Fruto: O fruto apresenta formato ovalado, de coloração castanho amarelada, polpa adocicada e aroma característico. A superfície externa do fruto apresenta textura áspera e fibrosa, contendo pequenas e numerosas saliências piramidais. A parte interna do fruto é de coloração creme - amarelado e textura pegajosa, contendo os bagos comestíveis, mesocarpo (partes fibrosas entre a casca e os bagos), eixo central de sustentação e as sementes (Basso e Moura, 2017).
Semente: As sementes são ovais, apresentando 2 a 3 cm de comprimento, onde são envoltas por uma membrana fina de coloração amarela-esbranquiçada (Basso e Moura, 2017).
A jaqueira é uma espécie rústica de ótima adaptação em solos e é intolerante a geadas, devido a isso se desenvolve melhor em regiões de climas quentes, com alta pluviosidade e solos bem drenados (Albuquerque e Silva, 2008). Sobre seu cultivo, as informações e técnicas utilizadas ainda são escassas, entretanto podem ser cultivadas em sistemas puros ou integrados, para fins comerciais, paisagísticos ou jardinagem. A jaqueira é causadora de um grande problema ambiental, devido sua característica invasora e intensiva propagação, que ameaça às espécies nativas do país (Pecinato, 2015). O seu plantio em consórcio com outras espécies florestais é recomendado (Albuquerque e Silva, 2008), desde que não seja cultivado em áreas de preservação permanente (Pecinato, 2015). O seu método de propagação vegetativa pode ocorrer via seminal, enxertia ou alporquia (Fonseca, 2010).
A madeira da jaqueira apresenta boa qualidade e resistência à água, devido a isso, é utilizada em construções civis e navais, além da confecção de móveis (Pecinato, 2015). A jaqueira também apresenta usos na medicina tradicional, onde o seu látex apresenta propriedades cicatrizantes, já o fruto possui propriedades hidratantes e expectorante, utilizada para tratamento contra tosse, e a casca de sua raiz contém efeitos antibacterianos (Fonseca, 2010). O fruto da jaqueira pode ser consumido in natura, ou na forma de doces (Feitosa et al., 2017). Atualmente existem muitos estudos que visam a redução dos resíduos da jaqueira (casca, eixo e semente), e atestam a viabilidade destes resíduos como produtos alimentícios (Sousa et al., 2020).
A casca e o eixo central (eixo de sustentação) da jaca contém quantidades consideráveis de nutrientes, proteínas e minerais, podendo ser então, utilizada na produção de farinhas para usos em produtos de panificação (Sousa et al., 2020). As sementes podem ser consumidas torradas ou cozidas, e por apresentarem um percentual significativo de amido, também podem ser processadas a partir dela, farinhas para preparo de bolos, pães e biscoitos (FEITOSA et al., 2017). Os frutos verdes e folhas podem ser utilizados para nutrição animal e o látex presente em toda planta, pode ser utilizado como cola, quando aquecido, ou para fabricação de vernizes e armadilhas para insetos (Pecinato, 2015).
Albuquerque, A. C. S., & da Silva, A. G. (2008). Agricultura tropical: quatro décadas de inovações tecnológicas, institucionais e políticas. Brasília, DF: Embrapa Informação Tecnológica, 2008.
Basso, A. M., & Moura, M. D. F. V. D. (2017). Jaca: um estudo de sua química e uma resenha de sua história.
da Rocha Izidro, A. M. Andesson Mendes de Freitas Andréa Maria da Rocha Izidro.
de Sousa, A. P. M., Costa, J. D., de Macedo, A. D. B., Dantas, D. L., Oliveira, J. A. M., de Almeida, A. F., ... & Campos, A. R. N. (2020). Caracterização física e química dos produtos farináceos do eixo central e do pívide da jaca. Research, Society and Development, 9(9), e350997333-e350997333.
Falcão, M. D. A., CLEMENT, C. R., Gomes, J. B. M., FLORES, W. Β. C., Santiago, F. F., & Freitas, V. P. (2001). Fenologia e produtividade da fruta-pão (Artocarpus altilis) e da jaca (A. heterophyllus) na Amazônia central. Acta amazônica, 31, 179-179.Feitosa, R. M., de Melo Queiroz, A. J., de Figueirêdo, R. M. F., & de Melo, J. C. S. (2017). Avaliação físico-química e sensorial de amêndoas de jaca cozida. Revista de Ciências Agroambientais, 15(1).